Sempre quis ter filhos. Era ainda
bem menina, mas já sabia os nomes que daria para eles. Esse desejo intenso que
nasceu em meu coração ainda muito cedo talvez seja resultado da minha carência
excessiva. Achava que quando tivesse um filho nunca mais me sentiria sozinha.
Mas tudo foi e é infinitamente melhor do que isso.
Deus me presenteou com três
filhos maravilhosos. Sou coruja e babona mesmo, mas não tem como ser diferente.
Cada um com suas características específicas, com suas pequenas grandes atitudes
que me encantam. Com eles, os dias nunca são iguais e a vida torna-se uma
gostosa caixinha de surpresas.
Caio é, desde sempre, meu
companheirão. Foi nele que descontei desde as primeiras horas do seu
nascimento, todas as minhas carências afetivas. Muitas e muitas vezes achei que
exagerava no tanto de beijos, abraços e declarações de amor. Quantas vezes
perguntei aquela pequena criança se o sufocava de tanto amor? E claro, doce
como sempre, ele respondia que não, muitas vezes sem nem saber ao certo o que
eu estava perguntando.
Quando quero ir a algum lugar é
ele quem quero levar e quando estou me divertindo, é nele que penso, no quanto
gostaria que estivesse ali vivenciando aquilo comigo. Como eu já disse, foi o
companheiro que Deus preparou para mim. Desde que as irmãs nasceram, ele
tornou-se ainda melhor. Costumo dizer que é o melhor irmão do mundo. E é.
As meninas são tão diferentes
dele na personalidade. Por serem gêmeas, vivem num mundinho próprio delas, mas
permitem que este irmão esteja sempre presente. Mais que isso, muitas vezes
exigem a sua presença. Elas fazem tudo parecer ter mais sentido e a vida ter
mais cor. Quando brincam, o mundo todo parece girar ao redor delas, como se não
precisassem de mais nada.
Mariana é uma menina doce, tem
muito da minha carência e desestabiliza emocionalmente com facilidade. Se sente
que não estou lhe dando a atenção que exige, rebela-se. Preciso sempre de mais
tato para lidar com ela. Contudo, sei que é com ela que poderei contar sempre
para estar ao meu lado, me auxiliando no que precisar. Ela é “pau pra toda obra”,
é daquelas que vê que precisa fazer, tem iniciativa, vai e faz. Sem delongas,
será uma desbravadora. Não tenho dúvidas.
Já Carol, ahhhh, Carol. Carol é
minha alegria. Menina metida a engraçada, divertida mesmo. Está sempre fazendo
gracinhas e caretas, buscando um meio de nos fazer sorrir. É desapegada demais,
de tudo e de todos, e isso me preocupa. Gosta de cantar e dançar. Quando perder
a timidez, vai ganhar o mundo com seu sorriso e olhar profundo.
Este é o meu baú. Uma caixa
preciosa, cheia de vida, diferenças e alegrias. Um espaço em que tudo se
completa e faz sentido. Uma área em que o sonho torna-se a melhor realidade e
que desperta a esperança para transformar positivamente o que ainda estar por
vir.