sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Amor maior

Sempre quis ter filhos. Era ainda bem menina, mas já sabia os nomes que daria para eles. Esse desejo intenso que nasceu em meu coração ainda muito cedo talvez seja resultado da minha carência excessiva. Achava que quando tivesse um filho nunca mais me sentiria sozinha. Mas tudo foi e é infinitamente melhor do que isso.
Deus me presenteou com três filhos maravilhosos. Sou coruja e babona mesmo, mas não tem como ser diferente. Cada um com suas características específicas, com suas pequenas grandes atitudes que me encantam. Com eles, os dias nunca são iguais e a vida torna-se uma gostosa caixinha de surpresas.
Caio é, desde sempre, meu companheirão. Foi nele que descontei desde as primeiras horas do seu nascimento, todas as minhas carências afetivas. Muitas e muitas vezes achei que exagerava no tanto de beijos, abraços e declarações de amor. Quantas vezes perguntei aquela pequena criança se o sufocava de tanto amor? E claro, doce como sempre, ele respondia que não, muitas vezes sem nem saber ao certo o que eu estava perguntando.
Quando quero ir a algum lugar é ele quem quero levar e quando estou me divertindo, é nele que penso, no quanto gostaria que estivesse ali vivenciando aquilo comigo. Como eu já disse, foi o companheiro que Deus preparou para mim. Desde que as irmãs nasceram, ele tornou-se ainda melhor. Costumo dizer que é o melhor irmão do mundo. E é.
As meninas são tão diferentes dele na personalidade. Por serem gêmeas, vivem num mundinho próprio delas, mas permitem que este irmão esteja sempre presente. Mais que isso, muitas vezes exigem a sua presença. Elas fazem tudo parecer ter mais sentido e a vida ter mais cor. Quando brincam, o mundo todo parece girar ao redor delas, como se não precisassem de mais nada.
Mariana é uma menina doce, tem muito da minha carência e desestabiliza emocionalmente com facilidade. Se sente que não estou lhe dando a atenção que exige, rebela-se. Preciso sempre de mais tato para lidar com ela. Contudo, sei que é com ela que poderei contar sempre para estar ao meu lado, me auxiliando no que precisar. Ela é “pau pra toda obra”, é daquelas que vê que precisa fazer, tem iniciativa, vai e faz. Sem delongas, será uma desbravadora. Não tenho dúvidas.
Já Carol, ahhhh, Carol. Carol é minha alegria. Menina metida a engraçada, divertida mesmo. Está sempre fazendo gracinhas e caretas, buscando um meio de nos fazer sorrir. É desapegada demais, de tudo e de todos, e isso me preocupa. Gosta de cantar e dançar. Quando perder a timidez, vai ganhar o mundo com seu sorriso e olhar profundo.
Este é o meu baú. Uma caixa preciosa, cheia de vida, diferenças e alegrias. Um espaço em que tudo se completa e faz sentido. Uma área em que o sonho torna-se a melhor realidade e que desperta a esperança para transformar positivamente o que ainda estar por vir.